Cadeira 9
PATRONO

Elias Karam (1902-1975)

Compartilhe

Terceiro dos dez filhos do casal Manoel e Maria Karam, nasceu em 26 e agosto de 1902. Graduou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, turma de 1932. Casou-se com Jovina, com quem teve seis filhos. Orador notável tinha grande retórica e gostava de falar de improviso. Durante muitas décadas foi professor do Curso de Contabilidade do Colégio Parthenon e integrante fundador do corpo docente do curso de direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Na vida pública, elegeu-se vereador da Capital por cinco legislaturas, ocupando o cargo de Prefeito, quando o então alcaide Ney Braga se afastou para disputar as eleições estaduais. No Governo Munhoz da Rocha foi Diretor Presidente da Imprensa Oficial. No governo Paulo Pimentel foi nomeado Conselheiro do Tribunal de Contas. Como escritor, durante muitos anos manteve crônicas na seção literária da Gazeta do Povo. Com o livro Cômoros de Areia ganhou prêmio de literatura nacional. Escreveu uma obra sobre os Antístenes de Curitiba. E escreveu a obra antológica Um Paranaense nas Trincheiras da Lei. Ao comentar sobre esta obra, dele escreveu o Prof. Manoel de Oliveira Franco Sobrinho: “Conhece-o e aprecio-o pelas suas qualidades que o fazem querido. Vejo nele o verdadeiro acadêmico, o acadêmico que estuda, que trabalha, que aplica o seu saber em prol da coletividade”. E, mais adiante, após reclamar que no Paraná nada se produzia: “Eis, porém, que neste tremendo caos aparece uma luz, luz que vem para gritar para o heroísmo acanhado do nosso povo; luz que é o Paraná; luz que mostra a verdadeira alma do povo da terra dos pinheirais. Essa luz é Elias Karam, que com a sua brilhante obra vem mostrar ao Paraná o seu verdadeiro valor, quer moral, quer intelectual” (O Literato Precoce, págs. 25/28). A obra retraça a saga da Revolução Paulista de 32, quando aquele Estado se rebelou em armas contra a Ditadura de Getúlio Vargas, exigindo uma Carta Constitucional. Elias Karam foi companheiro de tropa do grande jurista Alfredo Buzaid, de onde resultou uma sólida amizade. Era um parlamentar combativo e indignado com a corrupção da época, alinhando-se a um Partido que tinha como divisa que o preço da liberdade exigia uma eterna vigilância. Católico praticante envolvia-se em várias obras sociais, como o Asilo São Luiz. Tinha uma alma generosa e era o amparo da família e dos amigos. Nunca escondeu sua paixão pelo Clube Atlético Paranaense. Faleceu a 3 de junho de 1975.